quinta-feira, junho 01, 2006

"Odiado fruto"

Um certo dia, derrepente
Belo encontrou Bélica.
Belo era amável, afável, carinhoso
impalpável.
Bélica era irritante, displicente, duvidosa
pomposa.
E olharam-se languidamente.


Bélica sorriu ao Belo, belicosamente
que mantia-se antibélico
implacável ser, arredio à qualquer elo.

Então...

Belo e Bélica se pegaram
em equilibrados gestos furtados
selvagens, de equivalente antagonia.

Depois, o torpôr da noite assitiu:
Belo se "despiu", mas Bélica fugiu!
Não mais se viram.

Belo renunciou com toda sua fôrça bela,
aos seus obscenos desejos. Vermelho foi
e se confessou e ficou livre dos pecados da volúpia.
Nada soube-se sobre Bélica... que
ano depois reapareceu mais bela que nunca;
e em seus braços ateus
trazia o fruto de Zeus, o produto.
Belo chorou emoção pura.
Bélica metralhou baixinho um nome: Amor...
...tão mortal quanto o pai.

Maternalmente esboçou o
sorriso plácido, oferecendo Amor
para Belo segurar.
E foi preparar o jantar.

Sem soldas ainda, o elo partido;
élico.






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