sexta-feira, outubro 27, 2006

"O Destino e sua Tesôura"

Todos os Direitos Reservados - By Brian Froud
Duas partes existem assim...
Uma acontece durante o dia
Revelando-te a ruína d´algum fim
Sob muita luz mas sempre sombria!

A outra parte é melancolia
Em tarefa sadia de dormir.
Na madrugada és interceptado
Todo suado em agonia, nostalgia....

Era pois Pesadêlo ou Magia?
Sabias que não devias acordar.
Relutaste contra águas bravas
De lágrimas perdidas no mar.

Sem fim; eterna... é a busca.
Levantas e olhas o espêlho
Tão diamantina a tua córnea
Nada gravado; só o degêlo.

A bôca rubra linda sedutôra...
Cadê?

Daquela lacuna insólita.
Desmedida e amarga...
Queres regressar e já
não és mais dono de si.

Buscaste o teu pastôr; pois ei-lo.
À podar tôda tua liberdade de cão
Deste a tesoura à sua 'protetôra'...
Sob tuas asas fixas e inertes que estão.

Ó armadilha conivente comigo
Fui ao teu encontro e agora
Nem tenho aqui mais abrigo
Restam-me os uivos lá de fora.

Inesgotável e mutante segues
Dentro de ti a calma fingida
Apagaste as labarêdas tôdas
Agora em escárnio prossegues.

A "majestosa saída" tão linda...
Cadê?

Os sapos todos aquietaram-se.
Aquele nosso vulcão repousou.
Não se retumba mais nem a porta
Da batida com a entrada da dôr.

Elástico repousa-te em teu corpo
A mente dura refuga em promessas
Vãs como a aurora volátil, um adôrno
Que para o despertar sempre tem pressa.

Levanta-te e ouves a própria súplica!
Emocionada, tão tôla em desalinho.
Dois passos e lavas a face n´água fria
Nada de nôvo ao redor apenas covardia.

Miras fixo o candelabro em meio ao pó.
A vela acabou derretida e a cêra sumiu
A terra nervosa gemeu tremendo só
E nada mais há: tôda a luz se esvaiu.

O escudo firme para teus dias covardes...
Cadê?

Resta-lhe ranger os dentes !
Pelo lapso esgotas tua demência
Do não-poder de tão tementes
Pois deletada foi toda a ardência.

Sem fôrças levanta-te e olhas o azul
infindo... oras, nasceste guerreiro!
Não temas e chores à sêco mas rindo
Enfeites tuas sôfregas horas de prêto.

E ela sobre teus pecados navegas
Pois tôda risonha na tarde mansa
Soltaste as amarras e agora trafegas
Sob uma carne pôdre e rança.

Nalgum cais quem te negas...
De longe te olha fixo em tua têz
E tu deslizas livre a quaisquer ventos.
Firme pendes para o lado e nada vês.

Envaidecido lembras do pôrto seguro...
Cadê???

Felicidade, não existe.
Sim, ela não existe.
Existem sim, momentos de alegria, ternura, fortes emoções...
Emoções que com o tempo, sabemos exatamente como ser hipócritas e escondê-las.
Nem sempre é de 'bom tom' demonstrar suas emoções.
Porisso meu caro, prossiga.
E como dizem os budistas, se cair sete vezes, levante-se oito.
E continue.

"Tempo"


Existem as sensações, como as estações do ano.
Outrora eu, acelerada, impulsiva, frenética...
cuspia fogo a frente queimando o que quer fosse.

São muitos os motivos da presença maior...
Deus sem a imagem. Amor incondicional.
Hoje, no refúgio de minhas vagas lembranças,
nem repudio minhas atitudes inpensadas.
Pois as viví como eram para ser, naqueles momentos.

E, sempre, a hora é agora.

sexta-feira, outubro 13, 2006

"Quem vê, pensa..."

Quero ter as marcas
Destas tuas garras,
Ferindo olhos
Sangrando meu coração.

Quero viajar tua bôca
Com um longo beijo
Rasgar teu único sonho
Beber teu sono, e
como um vapiro sedento
devorar-te o ventre.

Quero ter as horas
Destas tuas 'farras'
De 'brincar de amor'
Esgotando minha paixão
Brincando de você.

sexta-feira, outubro 06, 2006

"Palpite"

Todos os Direitos Reservados - By Jim Warren
O espelho é sempre novo
imóvel engrupindo imagens.
Espelha-te num ôvo
e prefira-te miragem.

"Sua Morte Vã"







Eu bebia teu cheiro
que absorvia a atmosfera

Teus olhos brincavam em falsete
ritmo de primavera

Foi quando deslizaste ao longe
e fiquei na espera porém...

Quisera ser aquele atoleiro
que teu corpo até hoje encerra.

"Para você"

Saudade é um sentimento muito forte
dá arrepios de prazer de um vento
que parece vir do norte.

Buscar a côr dos seus cabelos
dos seus olhos
Buscar teu cheiro, teu suór
tudo isso trazer em mim
todo dia, é minha sina.

Sentir na pele estes dias surrados
que não dão folga em que a gente
serve calado...
e estar sem seu carinho
sua proteção
sem você-menino
sem você-homão.

E no meu rosto que a lágrima lava
há uma ponta de tristeza
desenho surrealista da solidão.

E essa alma que me habita
esse vazio coração
esperam teu riso, o teu brilho...

Junto de você meus dias
não tem começo nem fim
não tem nem sim nem não.

Apenas nosso mundo, nosso tudo:
felicidade e muita paixão.

"Free Dance"

Somos orquídeas frágeis
indeléveis e inibidas
num mar de musgos
e corais descorados
sem muita vida.


Sem uma vida que não
seja agregada num
tronco-neurose
d´alguma árvore
vêrde de lôuca!



"Como adiar uma vida?
Uns dias... anos de labuta?
Sofrimento é como puta:
vem à todos..."




"O que não se vê de dia...
À noite é transparente."

"Engano"


Pensou que era sua
errou
achou que entraria
sonhou
se acaso eu sou o dia
sorria
noutro dia fui a lua
chorou
sob gestos furtados
rangeu
atenção sobre si
doeu
o grito lôuco
zerou
deixa eu dizer: não
e até...
a casa fechou
fui embora
o baú evaporou e o resto
joguei fora
o barco zarpou
na hora
o coração estrupiou
demorou...
o gato sumiu
foi
a gata pagou
pois!






Todos os Direitos Reservados!






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